5.7.07
21.6.07
Spock's Beard - Day For Night (1999)
Eu conversava de madrugada no MSN com um amigo há uns dias atrás, e ele (que tem um gosto musical parecido com o meu) comentou que fora questionado por alguém sobre o porquê de sua preferência por música antiga. Discutimos sobre como não se faz mais música hoje em dia como se fazia antigamente, e me perguntei se isso seria verdade mesmo.
Falamos de álbuns novos que consideramos bons, e percebi que estávamos citando somente coisas novas de artistas velhos (falamos de Stones, do álbum novo do Who, dos últimos do Paul McCartney, e outros). Abro meu blog e reparo que todos os álbuns que comentei até agora tem mais de 30 anos (o Time Out tem quase 50). Vendo isso tudo, decidi que o próximo post do Concha-Acústica deveria ser sobre um álbum de uma banda mais nova.
Após pensar um pouco, consegui enumerar vários artistas novos que me agradam, embora poucos o façam tanto quanto os antigos. Escolhi esse álbum pois o Spock's Beard foi uma das bandas mais legais que conheci nos últimos tempos, e esse álbum deles é fantástico.
Ironicamente, eu descobri o Spock's Beard através de música antiga. Foi a partir de um video do projeto-tributo a Beatles "Yellow Matter Custard", que conta com Paul Gilbert (Mr.Big, Racer X, G3), Mike Portnoy (Dream Theater), Matt Bissonette (Joe Satriani), e Neil Morse. Todos eram músicos que eu conhecia e gostava, a não ser pelo último, que nunca havia ouvido falar, mas me agradou bastante no video, tocando guitarra, teclados e sendo o principal vocalista do projeto. Gostei tanto do Neil Morse que fui pesquisar de onde esse sujeito tinha saído pra tocar junto com esses monstros tão famosos no meio "metal" (mas que mesmo assim são grandes fãs de Beatles).
Descobri que ele tinha uma banda de progressivo chamada Spock's Beard (adorei o nome), e decidi conferir. Não sabia o que esperar, e pensei que por ele tar tocando com o Portnoy, e também ser músico de progressivo, se trataria de uma banda de Metal Progressivo (eu gosto, mas depende do meu humor e da banda), e fiquei com um pé atrás. Meu irmão Gustavo falou para eu ouvir sem medo, e para começar por um disco chamado "Day For Night" que eu ia gostar muito. Eu acreditei, mas não esperava gostar tanto.
O Spock's Beard junta elementos do Pop, Progressivo, e em alguns (poucos) momentos até Metal, e é possível perceber várias influências diferentes no som deles, desde grupos progressivos como o Yes, Rush, Genesis e Gentle Giant (esse último eu não conheço direito, mas meu grande amigo Paulo falou que a segunda música lembra MUITO o Giant quando mostrei o disco para ele, então decidi citar aqui), com baixos "rickenbaker-metálicos", sintetizadores, virtuose, harmonias vocais complexas e bonitas (talvez meu elemento favorito em todo o disco) e tempos não-convencionais, até grupos como os Beatles, com baladas lindas e refrões que grudam, e Deep Purple, com muitos órgãos Hammond, e musicas empolgantes. Isso tudo com uma roupagem atual e produção sensacional.
O Spock's Beard poderia muito bem se encaixar nas categorias "Pop" e "Progressivo" numa loja de CDs, devido a não ter a "pretensão" característica da maioria dos grupos progressivos, justamente por não se preocupar em seguir algum rótulo. O álbum Day For Night se encaixa na categoria "boa música".
Eu gosto bastante de progressivo, embora às vezes ache que as bandas do estilo acabam perdendo o ouvinte com músicas longas e pouco objetivas, e para mim um ponto favorável desse disco é que além dos refrões serem geniais, as faixas não são tão longas (para os padrões progressivos), embora as ultimas 6 faixas do disco sejam na verdade uma grande música de 20 minutos chamada "The Healing Colors of Sound", que por sinal é um dos melhores momentos do disco.
A voz de Neal Morse me agrada bastante, embora em alguns momentos soe anasalada demais (mas e daí? a minha também é, e não paro de cantar por causa disso). O baterista Nick D'Virgilio é fantástico (ele já gravou com o Genesis, e não é pouca coisa substituir Phil Collins na bateria) e tem uma ótima voz (outra relação com o Genesis aqui, já que o frontman Neal Morse deixou o Spock's Beard em 2002 e Nick assumiu os vocais, como Phil fez após a saída de Peter Gabriel do Genesis em 1975 ). O baixo de Dave Meros é muito bem tocado, e tem uma sonoridade que me agrada bastante (lembra Chris Squire, do Yes) e se encaixa com o som da banda perfeitamente. Os teclados de Ryo Okumoto são onipresentes no disco, onde ele contribui com o Orgão Hammond e Mellotron (os sintetizadores são comandados por Neal Morse), e as camas de teclados são essenciais para a coerência do disco, que ficaria bem vazio sem eles. A guitarra de Alan Morse (irmão de Neal) usa e abusa de efeitos, e em alguns momentos eu chego a me perguntar "isso é guitarra?", devido ao álbum ter tantos instrumentos ao mesmo tempo, e o som da guitarra ser bem modificado usando efeitos diversos como Wah, Talkbox, e MUITOS outros, além de bastante distorção. O trabalho de guitarra é muito bom, e os solos de Alan são bem interessantes.
Os pontos altos do disco são a faixa título, que fica na cabeça e se recusa a sair; a progressiva-de-10-minutos "Crack The Big Sky"; a linda balada "The Distance To The Sun"; e a canção "Gibberish", que conta com um contraponto de 4 vozes "a capella" em tempo não convencional que é muito divertido de ficar "dissecando mentalmente" até se entender exatamente o que se passa.
Enfim, esse é um disco que eu recomendo sem medo pra qualquer pessoa que gosta de música. É um disco que me entretém, e a cada audição, algo novo é percebido, devido ao nível de complexidade e lapidação das canções, que mesmo com essa sofisticação não soam pretensiosas demais ou maçantes (se eu quisesse que 10 minutos da minha vida passassem bem rápido por algum motivo, ouvir "Crack The Big Sky" seria uma boa pedida).
Link para baixar o álbum:
http://rapidshare.com/files/22026361/hbsbdfn.rar - link tirado da comunidade "Discografias", do Orkut
postado por Jayme Monsanto às 04:16
14.6.07
T.I.M.BRE - Nem Por Um Milho (2007)
A demo intitulada "Nem por um milho" da minha banda de brega-metal T.I.M.BRE está disponível para download. Faixas:
1- Livin' La Vida Loca (Ricky Martin)
2- Fogo e Paixão (Wando)
3- Negro Gato (Roberto Carlos)
4- Tenho (Sidney Magal)*
*Bonus Track Live At Morumbi Stadium
A T.I.M.BRE estará se apresentando dia 19 de Junho, próxima terça-feira, no Teatro Odisséia (Av. Mem de Sá, 66, na Lapa, Rio de Janeiro). A entrada é uma lata de leite em pó, e o show está previsto para começar as 20h.
Links:
Fotolog da T.I.M.BRE
Comunidade no Orkut da T.I.M.BRE
Download "Nem Por Um Milho"(13Mb)
postado por Jayme Monsanto às 21:44
11.6.07
Dave Brubeck Quartet - Time Out (1959)
Em 1959, após anos seguidos de sucesso, Dave e seus três companheiros de grupo decidiram inovar em seu próximo trabalho, e compor um novo álbum baseado somente em métricas não-convencionais. A gravadora achou que era um movimento muito arriscado e ameaçou vetar o projeto, pois, na época, o Jazz era uma música "para dançar", e os executivos da gravadora achavam que as pessoas teriam dificuldade em dançar músicas com compassos que não fossem quaternário ou de valsa (3/4), e que, consequentemente, o álbum seria um fracasso.
postado por Jayme Monsanto às 01:47
4.6.07
Ausência.
Mas primeiro, uma pequena propaganda: show da BANDA T.I.M.BRE, no teatro ODISSÉIA, na Lapa dia 19 de JUNHO. A entrada é 1 lata de leite em pó.
Agora continuamos com o post:
Tenho estado meio ausente por aqui, mas estou voltando. A ausência foi causada por alguns fatores, mas predominantemente minha falta de disciplina e compromisso mesmo. Eu havia me proposto a escrever aqui com certa frequência, mas foi só ter um pouco mais de compromissos no dia-a-dia que esqueci desse meu espaço virtual. Eu entrei num curso de audio, gravei algumas músicas para aprender a lidar com programas de gravação, ensaiei e gravei bastante com minha banda de brega T.I.M.BRE, virei maior de idade (no dia que o álbum "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" dos Beatles fez 40 anos), compus alguns protótipos de musicas, li alguns livros, conheci pessoas especiais, enfim, fiz tudo menos escrever por aqui. Mas agora eu vou voltar com minhas críticas e resenhas, para o prazer dos meus leitores (eu devo ter alguns por aí), e pra mim mesmo.
Aí embaixo seguem alguns mp3 que comprovam que eu não estou mentindo (hahaha).
T.I.M.BRE - Livin' La Vida Loca(6Mb, e sim, é a música do Ricky Martin. Sou eu no baixo e backing vocals)
Jayme - Michelle (5Mb, música dos Beatles, sou eu executando todos os instrumentos e vocais)
PS.: Esse post foi atrasado em horas devido ao fato da globo ter transmitido o filme "Os reis do iê-iê-iê" (A hard day's night) dos Beatles, durante minha madrugada, e embora eu já tenha assistido a ele inúmeras vezes, e até saiba boa parte das falas de cor, não consegui parar de assistir, pois é muito engraçado assistir a ele em versão dublada, com os Fab 4 falando com vozes que me soam tão familiares... O John falava com a voz do Goku. E o avô do Paul é "um velhinho asseado".
hahahaha. meus dias têm sido melhores.
postado por Jayme Monsanto às 02:08
9.4.07
Kiss - Alive! (1975)
Escrever sobre o Kiss é muito fácil pra mim. Eles foram a primeira banda que me chamou a atenção, a primeira banda pela qual me apaixonei. Antes deles, nunca tinha me perguntado os nomes dos músicos, nunca tinha feito questão de ouvir TODOS os discos de uma só banda, ler biografias, ver documentários, enfim: o Kiss foi A banda que começou com essa minha doença/paixão chamada Rock n' Roll. Com uns oito anos de idade eu já conhecia de trás pra frente boa parte do repertório da banda, e até pedia de presente para minha família discos deles que eu não tinha em casa (alguns deles, eu só tinha em vinil, e meu irmão não me deixava usar a vitrola), e assim, ainda pequeno, ganhei CDs como o "Animalize", o "Crazy Nights" e o "Smashes, Trashes and Hits" (discos bem obscuros do catálogo), que foram alguns dos primeiros CDs que eu tive na vida (o primeiro foi "Mamonas Assassinas", que ganhei na minha formatura da Classe de Alfabetização).
Minha paixão pelo Kiss é antiga, e não diminuiu, embora desde aquela época eu tenha descoberto outras bandas que talvez goste igualmente. Minha paixão pelo Kiss se compara àquela da primeira namorada, ou a do primeiro beijo, que deixam marcas para o resto da vida. Depois de me interessar e pesquisar a história da banda, fui engatando uma nova banda atrás da outra, e nunca mais parei.
Já falei o suficiente da minha história, então vou começar falar sobre a desse disco, que é considerado por muitos como um dos melhores discos ao vivo da história, a lado de marcos do rock, como "Live At Leeds", do The Who, "at Folsom Prison", de Johnny Cash, e "Live and Dangerous", do Thin Lizzy (álbuns que planejo comentar em breve aqui no Concha-Acustica).
O ano era 1975 e o Kiss já havia lançado 3 álbuns de estúdio, até então sem grande sucesso de vendas. Porém, eles eram muito bem sucedidos como atração ao vivo, abrindo para os maiores grupos da época, invariavelmente roubando o show das atrações principais (o que fez com que vários artistas não mais os deixassem abrir seus shows, já que havia gente que ia, assistia o Kiss e depois ia embora) com seu som explosivo, com o apelo visual (cabelos enormes, maquiagem, alter-egos, saltos-plataforma altíssimos, fantasias extravagantes, cuspição de fogo e de sangue, efeitos pirotécnicos de palco, iluminação, enfim, a lista é longa nesse quesito), e a maestria dominando e entretendo o público (principalmente por parte de Paul Stanley e Gene Simmons).
Então, após o Kiss conquistar um público cativo (que se auto-denominou KISS ARMY), e passar a ser a atração principal de seus shows, e ainda assim a venda dos discos de estúdio nao ser satisfatória, surgiu a idéia de gravar um álbum ao vivo, que fizesse jus à reputação dos shows do Kiss, tentando reproduzir na íntegra a emoção e energia que os faziam bem sucedidos ao vivo, e que eles não conseguiam reproduzir nos álbuns de estúdio.
Naquela época, álbuns ao vivo não eram bem vistos. Eram vistos como "caça níqueis", e quase sempre vendiam pouco. O Kiss não só preparou um disco ao vivo. "Alive!" era um disco ao vivo DUPLO. A gravadora quase vetou o projeto, o considerando quase um suicídio, mas ela estava à beira da falência, e decidiu tentar, já que nao tinha nada a perder (por falar nisso, a música "Nothing to Lose", cantada pelo baterista Peter Criss é sensacional) .
Todos esperavam um sucesso de vendas maior do álbum "Alive!" do que de seus predecessores "Kiss", "Hotter Than Hell", e "Dressed to Kill" (esse último tem uma das minhas capas favoritas), mas ninguém esperava o sucesso tremendo do álbum, que, menos de dois meses depois da sua data de lançamento ganhou disco de ouro, e levou o nome da banda a boas posições nas paradas. O único single do disco, a versão ao vivo de "Rock n' Roll All Nite" (a música já havia saído como single em sua versão de estúdio na época do lançamento do disco "Dressed To Kill, mas fora um fracasso) ficou perfeita, transmitindo o espírito desse hino do Rock n' Roll na íntegra para o ouvinte, e virou sucesso nas rádios dos Estados Unidos e projetou o nome Kiss aos quatro cantos do país.
Foi o começo do sucesso de uma das principais bandas da historia do Rock.
Ainda há controvérsias sobre o quanto "ao vivo" seria o disco, já que muita gente diz que ele é lotado de overdubs. Alguns até dizem que ele foi todo feito em estúdio. Eu particularmente não dou a mínima. Eu fecho os olhos e a mágica está lá. Sou transportado para o Cobo Hall em Detroit, em 1975, e estou num show do Kiss: a energia está lá, o público vai à loucura, os solos de guitarra do Ace são espetaculares (ele continua sendo um dos meus guitarristas favoritos), as linhas de baixo do Gene são boas como sempre (em alguns momentos lembrando Paul McCartney), e as músicas são sensacionais, Rock n' Roll puro e objetivo, feito exclusivamente para a nossa diversão.
Para mim, "Alive!" é um disco muito bom, que me lembra a infância, me lembra a descoberta da música, e o começo da vontade de tocar guitarra . É um disco muito importante na minha vida, por ter me introduzido ao Rock n' Roll, e eu achei que seria interessante escrever sobre ele.
Todas as faixas são pontos altos do disco pra mim, porém vou apontar algumas em especial: O hino máximo do Rock "Rock n' Roll All Nite", os clássicos "Deuce" e "Strutter"(algumas das músicas que eu mais toquei na vida, com certeza) e as minhas favoritas pessoais "She", "Nothing to Lose" e "Cold Gin" (essa última tem uma introdução impagável, com Paul conversando com o público sobre suas preferencias em termos de bebidas alcoolicas).
Link para baixar o álbum:
http://rapidshare.de/files/27381394/K-i-s-s.Alive.FYH.zip (senha para descompactar: "Feed Your Head") - Link tirado da comunidade "Discografias", do Orkut.
postado por Jayme Monsanto às 03:27
2.4.07
Beach Boys - Pet Sounds (1966)
Esse disco, lançado em 1966 faz jus ao título de obra prima que foi atribuído a ele. Pet Sounds é um dos discos mais bem sucedidos na tarefa de traduzir sentimentos na forma de música. É Um dos poucos discos que me arrepiam TODA vez que escuto. Os temas das letras, as linhas de baixo espetaculares, as harmonias vocais trabalhadas, a beleza das composicões, o trabalho fantástico de percussão, e as geniais mudanças de dinâmica das músicas contribuem nesse efeito, mas o principal culpado é a capacidade sobrehumana de Brian Wilson de escrever e interpretar suas letras e passar seus conflitos e sentimentos para o ouvinte.
Pet Sounds é um disco sobre amadurecimento, talvez por isso seja um disco com o qual eu me identifico muito (principalmente nos últimos meses, onde TUDO mudou), e com certeza por isso foi escolhido como o primeiro álbum a ser comentado no meu novo blog.
É difícil escolher os pontos altos do disco, que é inteiramente genial, por isso vou dizer as músicas que sempre me arrepiam: "God Only Knows", "Don't Talk", "You Still Believe In Me" e "I Just Wasn't Made For These Times" e outras que não podiam ficar de fora: "Wouldn't It Be Nice", e a mistura Folk+Beach Boys de "Sloop John B".
Link para baixar o álbum:
postado por Jayme Monsanto às 01:04
1.4.07
Introdução.
Meu nome é Jayme, tenho 17 anos, sou músico, por enquanto moro em Petrópolis, mas a partir de agosto me mudo para Niterói, para estudar jornalismo na Federal Fluminense.
Comecei esse blog para desenvolver minhas habilidades de escrever, que nunca considerei como um ponto forte meu. Mudar isso é um propósito do blog. Outro não menos importante é compartilhar com vocês informações e opiniões sobre música, que é algo muito importante na minha vida.
Eu gosto de diversos tipos de música, então esperem posts sobre Jazz, Folk, Blues, Bossa Nova, Soul, Progressivo, Pop, Country, Metal e o que mais vier à cabeça, porém, fui criado ouvindo o bom e velho Rock n' Roll.
Espero que gostem do blog, estou aberto a sugestões.
Sejam bem vindos.
postado por Jayme Monsanto às 18:21